25 de outubro de 2010

Rizoma Corporal foi inspirado no conceito de 'rizoma', discutido pelos filósofos Gilles Deleuze (1925-1995) e Félix Guattari (1930-1992). O termo expressa a necessidade de pensarmos nas inter-relações entre os conceitos. Na botânica, “rizoma é a extensão do caule que une sucessivos brotos.” Mas aqui, a proposta é 'emprestar' esse conceito tanto da filosofia como da botânica para discutirmos a Educação Física Escolar e suas relações com a Educação do Corpo na sociedade contemporânea. Bem vind@s!

IMAGINE UMA ESCOLA ASSIM...

Imagine uma escola que:
  • A sexta-feira...Vontade de 2ª;
  • O elogio, um sentimento transmitido pelo sorriso, jamais informal e cerimonioso;
  • O prazer encontrado no servir;
  • O errado, a busca do certo;
  • As dúvidas, uma oportunidade para novas descobertas;
  • As descobertas, o caminho da liberdade;
  • A liberdade, o exercício consciente da responsabilidade;
  • A responsabilidade, uma razão de ser...LIVRE.
Imagine uma escola permeável, transparente, lúcida, luzidia, em sintonia  com a dinâmica do SER e do UNIVERSO.
Imagine uma escola que adota o “CRESCER JUNTOS” como filosofia de trabalho.
Imagine uma escola:
*CRIATIVA;
ATUANTE;
PRESENTE;
PULSANTE;
CONSCIENTE.
Imagine uma escola em que o aluno tenha a cabeça bem formada e não a cabeça bem cheia.
Imagine uma escola em que o professor avalie o que o aluno sabe e o oriente para o que não sabe.
Imagine uma escola em que:
  • não haja confronto ou ruptura, mas divergência e consenso;
  • nos orgulhamos em assumi-la e nela estudarem os nossos filhos;
  • o aluno...um nosso filho, um nosso amigo e realmente um nosso aluno;
  • não haja vícios, paredes: todas limpa e floridas;
  • os pais não sejam omissos e indiferentes;
  • sem rancor, ódio, fingimento, desamor;
  • sempre haja uma saída para os problemas.

Imagine uma escola-escola, de aluno, especialistas, auxiliares, pais e professores.
Imagine uma escola em que jamais se reconheça que o professor é bem remunerado, mas não se admita o pessimismo, o conformismo, o fatalismo, como respostas.
Imagine uma escola sem palavras tais como:
  • burro;
  • debiloide;
  • tapado;
  • idiota;
  • retardado;
  • marginal;
  • diabo;
  • peste;
  • desmiolado;
  • incompetente; 
 Imagine uma escola:
  • onde o aluno chegue com brilho nos olhos, mente e coração abertos, mãos estendidas e com uma vontade infinita;
  • voltada para o LESTE, para a LUZ, para a SABEDORIA;
  • onde são plantadas e cultivadas as sementes da disciplina, do estudo, da solidariedade, da perseverança, do amor, do saber;
  • em que o aluno é aluno, em formação, mas sensível e aberto para ser lapidado, orientado, educado;
  • em que o professor nuca chegue, mas sempre esteja.

IMAGINE QUE NÃO IMAGINOU, NEM FANTASIOU.
Esta escola existe. Abramos o nosso coração.
Num primeiro momento é difícil, sabemos. A esperança é a única esperança.
Num segundo momento é tolerável, dá pára vislumbrar luzes.
Num terceiro momento é agradável, há o que sempre almejamos: UMA ESCOLA.
Abracemos a disciplina, o trabalho, os alunos, NÓS.
Lembremo-nos: o que se vê foi feito pelo que não se vê. Assim, atrás das paredes de uma escola e dos alunos, encontramos as virtudes e vícios dos pais e professores.
Atrás de um caderno de um aluno e de um diário de classe há virtudes e vícios de um professor.
Vamos ser sempre virtuosos e a nossa escola não será apenas uma imagem, uma miragem ou um ideal, mas uma realidade que nos trará PAZ e que certeza de que vale ser professor, não porque o salário é ótimo, mas porque somos vocacionados e também temos filhos e os nossos filhos têm professores que gostaríamos que fossem realmente professores.
(...)
SILÊNCIO.
REFLEXÃO.
EMOÇÃO.
De repente caem as máscaras, as paredes, o caível.
Uma escola fertilizada pelas contradições, renascendo para o mundo da harmonia, sintonizada com a música das esferas cósmicas, das quais, por longo tempo de dores e sofrimentos, desafinou.
Eis a sua escola...

 Rui Edmar Ribas